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VALOR REAL

Notas de um Perito e Avaliador de Artigos com Metais Preciosos e Materiais Gemologicos. Os meus estudos, investigações e avaliações sobre algumas das minhas paixões: ourivesaria, numismática, pedras preciosas, ...

D. João V "O Magnânimo"

17.03.09 | Carlos Tavares

Todos aqueles que gostam de numismática não podem ficar indiferentes ao reinado de D. João V, "O Magnânimo"(1706-1750).

 

Um reinado marcado pela governação absolutista e pela excessiva ostentação e luxo da sua corte, considerado por muitos o Rei Sol português, tendo mandado construir alguns dos mais importantes monumentos arquitectónicos de Portugal, como o Convento de Mafra, O Palácio de Queluz e o Aqueduto das Águas Livres.

 

A descoberta das jazidas de ouro no Brasil permitiu a cunhagem das mais belas maiores moedas de ouro da monarquia portuguesa.

 

Chegaram até nós muitas das moedas cunhadas no seu reinado, muito apreciadas e procuradas por coleccionadores como os dobrões, meios dobrões, dobras, peças e meias peças, etc...

 

No final de 2008 foram leiloadas na Numisma, algumas moedas deste monarca que acabaram por ser as estrelas do leilão.

 

Um dobrão de 1724 M e a dobra de 1727 B atingiram os € 13 000 e a dobra de 1730 B começou a ser leiloada por € 17 500 e foi vendida por € 18 900.

 

No próximo dia 26 de Março a Numisma vai realizar mais um importante leilão, entre os 455 lotes constam alguns belos exemplares do reinado de D.João V .

 

Uma boa oportunidade para os investidores e coleccionadores poderem fazer os seus investimentos em peças raras.

 

Mais um leilão que eu vou estar atento.

Atentado ao património da Ourivesaria Portuguesa

08.03.09 | Carlos Tavares

 

Devido a uma onda crescente de insegurança e associado à cotação do ouro batendo máximos históricos, muitas famílias portuguesas em situação difícil aproveitam este momento para vender os seus objectos de ouro e jóias.

 

Um pouco por todo os país abrem pequenas lojas e escritórios de comerciantes oportunistas e sem escrúpulos que tentam chamar até si todos aqueles em dificuldades, prometendo a compra dos objectos de ouro a preços elevados.

 

Estas empresas compram tudo que lhes aparece pela frente, pagando aos clientes (vítimas) o preço definido por uma tabela que está muito aquem do verdadeiro valor das peças.

 

Compram libras a peso, sem valorizar o seu estado de conservação, raridade ou valor numismático, compram peças de joalharia sem atribuir qualquer valor às pedras preciosas que nelas estão incrustadas, compram objectos manufacturados no séc. XVII ao mesmo preço que uma jóia fabricada de uma forma industrial no século XX, compram tudo sem qualquer rigor ou cuidado na valorização das peças, sendo o destino o cadinho.

 

Diariamente são fundidos em fornos industriais grandes quantidades de objectos de ourivesaria, desde simples alianças, malhas simples até objectos de rara beleza e manufacturação delicada e precisa . Em poucos minutos aquilo que demorou muitas horas a criar e fabricar e se manteve nas famílias de geração em geração, é destruído pelo calor.

 

Objectos de valor histórico e arqueológico, peças de colecção, testemunhos de épocas ricas da ourivesaria portuguesa, trabalhos de importantes artesãos e industriais, moedas, símbolos do nosso passado, muitos testemunhos de histórias de famílias e reinados têm o mesmo infeliz destino.

 

Não estarão estas empresas a atentar contra o património da ourivesaria portuguesa?

 

Que testemunhos ficarão para o futuro dos belos e delicados trabalhos de filigrana do século XIX da filigrana de Póvoa de Lanhoso ou Gondomar?

 

Quase nada, somente o que resta em algumas colecções particulares muitos bem guardados nas caixas fortes ou em alguns poucos museus.

 

Uma situação semelhante a esta, passou-se no início do século XIX, quando as tropas napoleónicas entraram em terras portuguesas e saquearam e destruíram muito do nosso património histórico, também fundiram as pratas civis e religiosas das igrejas, derreteram moedas de ouro e prata, com a fim de financiar a invasão.

 

São muito poucos os bjectos de ourivesaria desse período que chegaram até aos tempos actuais. Esse é um dos motivos pelo qual essas peças são ou deveriam ser valorizadas, a sua raridade.

 

Considero esta destruição maciça de objectos de ourivesaria um atentado ao nosso património, é como se destruíssemos os quadros de Vieira da Silva aproveitando as molduras para fazer lenha, ou as esculturas do Cutileiro usando o granito ou a mármore nas soleiras das portas.

Escrava com liga de chumbo

02.03.09 | Carlos Tavares

 

Foi com algum cuidado e rigor que fiz a peritagem a uma pulseira em ouro .

 

O seu proprietário solicitou-me uma avaliação para efeitos de venda, já que tinha sido uma peça comprada há já vários anos e nunca tinha saído da sua embalagem.

 

Vão-se os anéis mas ficam-se os dedos.

 

Tratava-se de uma pulseira em ouro, sem qualquer punção ou marca que pudesse identificar a origem ou teor do ouro, cravada com diamantes irregulares e sem qualquer lapidação, um trabalho muito artesanal e pouco perfeito.

 

Depois de efectuada a pesagem, 52.5g , fiquei com a sensação que o volume da peça não era correspondente com o seu peso, tratava-se de peso excessivo para uma pulseira artesanal.

 

Com a autorização do cliente e na sua presença, descravei um diamante e confirmei que o meu palpite estava certo, no seu interior havia outro metal a preencher os espaço vazios, uma liga de chumbo.

 

Um facto surpreendente para o seu proprietário, pois tinha adquirido esta peça por uma quantia elevada que não quis revelar.

 

Perante este facto não atribui qualquer valor à pulseira, pois não é possível calcular a quantidade de ouro no peso total da peça.

 

Foi para mim uma surpresa desagradável, mas uma experiência enriquecedora.

Relógio de Albert Einstein vendido por um preço recorde.

01.03.09 | Carlos Tavares

 

Uma famosa casa de leilões colocou à venda um relógio de pulso Longines que pertencia ao  físico Americano, Albert Einstein cujas teorias revolucionaram a nossa percepção do tempo.
 
O elegante peça de ouro que remontam a 1929, foi adjudicado pelo preço total de € 473 000, tornando-se relógio Longines mais caro já vendido em leilão.

O evento foi aguardado com interesse por coleccionadores de relógios, bem como pelos muitos admiradores de Albert Einstein.

O comprador passa a ser o feliz proprietário de não apenas um objecto bonito, mas também de um símbolo muito especial, um objecto pessoal de um dos maiores cientistas do século XX.
 
Na verdade, Albert Einstein também tinha um relógio de bolso Longines de 1943 que está em exposição no Museu Histórico de Berna (Suíça).